Os moçárabes, ou seja, os cristãos submetidos aos árabes (de facto, aos representantes políticos da hegemonia islâmica na Península, fossem eles árabes, berberes ou autóctones convertidos) foram uma das forças culturais mais importantes na Ibéria dos séculos VIII a XIII. Contudo, o seu papel histórico é difícil de documentar, devido à sua marginalidade política e religiosa. O conhecimento do aspecto musical da sua cultura é particularmente problemático.
Sabemos que a identidade moçárabe era inseparável do culto católico, e consequentemente, das práticas litúrgicas estabelecidas na Península durante os séculos VI e VII, sob domínio visigótico. Estas práticas foram continuadas no sul (o Ândalus) após a conquista árabe, e em certos momentos de perseguição religiosa (porque nem sempre a tolerância vingou no al-Ândalus) grupos de cristãos moçárabes estabeleceram-se nos reinos cristãos do norte, alimentando a vida religiosa local.
(continua)
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