30 de abril de 2007

VOZES ALFONSINAS

Desde a sua primeira apresentação no Castelo de Leiria em Junho de 1995, o grupo "Vozes Alfonsinas" tem-se afirmado no panorama nacional como um dos seus mais criativos e sólidos grupos musicais. Aclamado pela crítica logo na sua estreia, o grupo foi convidado a gravar para a União Europeia de Radiodifusão e, para além de receber novo convite para actuar em Leiria, realizou em 1996 uma série de cinco espectáculos encenados no Castelo de S. Jorge, em Lisboa. Efectuou três gravações ao vivo para a RDP. Em 1998, foi publicado na Galiza um primeiro disco compacto das "Vozes Alfonsinas", com as melodias de Martin Codax, tal como foram interpretadas em 1995. Em 1997, o grupo foi convidado pela Comissão dos Descobrimentos Portugueses a gravar um CD dedicado ao vilancico renascentista, publicado pela EMI-Classics em 2001. Com o apoio do Ministério da Cultura, o grupo gravou em 1999 novo CD intitulado "O Tempo dos Trovadores" (cantigas de D. Dinis, Cantigas de Santa Maria, canções árabo-andaluzas) para a etiqueta Strauss/ PortugalSom, distribuído em finais de 2000 e que foi considerado pela crítica "um marco na discografia portuguesa", evidenciando "grande consciência estilística" (Público) e uma "sonoridade de grande clareza" (Expresso).

Classics Today declarou: “The members of the Portuguese ensemble Vozes Alfonsinas, led by Manuel Ferreira, certainly have done their homework. The mixture of male and female voices throughout adds welcome variety, and all the voices are warm and in tune. The occasional choral harmonies are tight and well balanced. The sound is natural, if a bit dry, with a touch of reverb that decays softly. There are no major stars here, but it's a fine bit of work, recommended for anyone interested in medieval music--or just looking for something very old and different.”

Em 2000, o grupo gravou, para o Cabido da Catedral de Braga, um CD dedicado à música da liturgia bracarense (Ofício de S. Geraldo e cânticos natalícios), e em 2002, com o apoio do IPAE, o disco “Mon seul plaisir”, baseado no códice 714 da Biblioteca Pública do Porto, discos estes que se encontram prontos a editar.

A formação do grupo é flexível, dependendo do programa musical, mas conta na sua base com músicos de grande experiência; a actual formação inclui Maria Repas Gonçalves (soprano), Susana Teixeira (meio-soprano), Gonçalo Pinto Gonçalves (tenor), Victor Gaspar (barítono), Nuno Torka Miranda (alaúde e vihuela), César Viana (instrumentos de sopro) e Madalena Cabral (rabeque).

As Vozes Alfonsinas têm actuado, em Portugal, para diversas entidades públicas, municipais e religiosas, destacando-se a sua participação no Festival de Música de Leiria, nas Festas de Lisboa, no Festival de Música de Loulé, no Festival "Música em S. Roque", no Festival do Atlântico (Açores), no Festival de Música Medieval de Sesimbra, no Festival de Música de Alcobaça e no Festival do Estoril. Em 1999 o agrupamento teve uma calorosa estreia internacional em Pesaro, Itália, no âmbito do Festival "Sipario Ducale". Em Janeiro de 2003, apresentou-se em Amesterdão, com apreciável êxito, com um concerto integrado no ciclo "De zuilen van Hercules". Em Julho de 2007 apresentar-se-á na Smithsonian Institution, em Washington, D.C.

MANUEL PEDRO FERREIRA, Director das Vozes Alfonsinas

Manuel Pedro Ferreira (n. 1959) doutorou-se em Musicologia na Universidade de Princeton (E. U. A.) com uma tese sobre o canto na abadia de Cluny.

É actualmente Professor Associado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona sobre a música da Idade Média e do Renascimento e dirige um centro de investigação (CESEM).

Tem-se dedicado também à crítica musical, à composição e à interpretação (fundou e dirige desde 1995 o grupo Vozes Alfonsinas, com o qual gravou vários discos compactos).

Como musicólogo, publicou mais de cinquenta artigos de investigação, que versam temas que vão da monodia medieval à obra de compositores contemporâneos;

É também colaborador de vários dicionários especializados internacionais.

Foi responsável pela publicação facsimilada do Cancioneiro de Elvas (1989) e do manuscrito 714 da Biblioteca Pública Municipal do Porto (2001).

Recebeu o Prémio de Ensaísmo Musical do Conselho Português da Música pelo seu livro O Som de Martin Codax (Lisboa, 1986).

O seu último livro publicado é Cantus coronatus — Sete cantigas d'amor d’El-Rei Dom Dinis (Kassel, 2005).